Que outro caminho nos resta?

Rafael Vendetta

Proudhon dizia que há cadáveres galvanizados que transitam pelo mundo. Traduzindo: gente morta que passa pelo mundo, com a vida escorrendo nas mãos, como areia, até morrer pela segunda vez.

Quem pretende tornar-se vivo só tem um caminho. Aqui eu paro de falar dos vivos que estão mortos. Prefiro dar voz aos mortos que estão vivos. Pocho Mechoso nos diz que “há uma só maneira de viver sem sentir vergonha: lutando. Ajudando para que a rebeldia se estenda por todos os lados, ajudando para que se unam o perseguido e o homem sem trabalho, ajudando para que o “sedicioso” e o operário explorado se reconheçam como companheiros, aprendam lutando que têm à frente um inimigo comum.” Essas são as palavras de Pocho, que nos chegam ao coração por intermédio do passado e da história. São os ombros dos gigantes.

Alberto “Pocho” Mechoso morreu lutando. Bárbaramente assassinado pelos seus algozes. Gente galvanizada, com medalhas, fardas e um hino nacional tocando ao fundo. Gente que construiu a utopia de um mundo pior.

Nós, por aqui, vamos lutando. Com a mensagem de Pocho inscrita nos nossos atos e sonhos. Com pedras que o tempo nos deu. “Por tudo isso, companheiros, quero que me guardem um lugar… por tudo isso não vou tardar em voltar”.

 Pocho. Aqui em nossos corações as pedras que estão inscritas, as que constróem nosso sonho, estão firmadas com o nome dos que nunca se foram. Estão inscritas com o lema dos que nunca desistiram. Assinam “Liberdade ou Morte” e escrevem o futuro com as palavras de um passado que joga adiante, os que hoje lutam!

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